Atividades aconteceram nos dias 20 e 21 de setembro, no litoral norte de São Paulo

Integrando as atividades do Mês da Filantropia que Transforma 2024, o Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA) realizou, em parceria com movimentos e lideranças territoriais, um fim de semana de atividades relacionadas aos temas da Justiça Climática e soluções locais. Com a proposta de contribuir com o debate, foram promovidos dois encontros no fim de semana dos dias 20 e 21 de setembro com os movimentos, organizações, coletivos e lideranças apoiados pelas Chamadas Pública FunBEA 2023 e 2024. 

Comunidade de Aprendizagem

Sexta-feira, 20 de setembro

Para abrir as atividades do final de semana, na sexta-feira aconteceu o primeiro encontro da Comunidade de Aprendizagem com os apoiados da Chamada FunBEA 2024 pela Justiça e Educação Ambiental Climática. Esses encontros fazem parte do apoio indireto do FunBEA aos selecionados pela Chamada e são um modelo educativo comunitário em que a prática se baseia na aprendizagem em colaboração, a partir de uma metodologia baseada na cooperação e no diálogo.

Além de estreitar os laços entre o FunBEA e os apoiados, o encontro também contribuiu com a promoção de uma rede de trocas e saberes entre os diferentes coletivos e lideranças. No dia 20, o ponto central do debate foi o aprofundamento em conhecimentos sobre o território do litoral norte de São Paulo a partir da Justiça Climática e da atuação de cada apoiado. 

Mariane Lima, Educadora e Gestora de Programas no FunBEA, explica como o encontro da Comunidade de Aprendizagem integrou as atividades do Mês da Filantropia em 2024. “Neste ano, o tema central do Mês da Filantropia que Transforma são as soluções climáticas locais e o tema da Chamada Pública de 2024 do FunBEA foi justiça e educação ambiental climática. Sendo assim, os apoiados desta chamada já realizam diversas ações que contribuem com soluções locais para essa problemática. Por isso, promover o apoio e o espaço de troca entre estas iniciativas contribui para o fortalecimento de uma rede local da sociedade civil que atua em prol da justiça climática e da transformação socioambiental no território”.

Intervenção Artivista Justiça Climática: a solução é local!

Sábado, 21 de setembro

No sábado, o FunBEA, em parceria com outros coletivos e lideranças territoriais, realizou uma intervenção “artivista” pela Justiça Climática no litoral norte de São Paulo. O ato foi realizado no bairro da Barra do Sahy, com concentração especial na Vila Sahy, local mais atingido pelas chuvas de 19 de fevereiro de 2023. Estavam presentes os apoiados pelas Chamadas Públicas de 2023 e de 2024. A intervenção foi toda construída de maneira colaborativa e contou com o apoio da Rede Comuá para integrar as programações do Mês da Filantropia que Transforma em 2024. 

Para construir a intervenção, movimentos sociais da Costa sul de São Sebastião, como a AMOVILA e a União dos Atingidos, pensaram coletivamente em frases que foram transformadas em arte: cada uma delas foi escrita em um dos 64 estandartes (um para cada vida perdida na tragédia do ano passado). Os estandartes foram produzidos com o apoio do Escambau Cultura e foram pintados com geotinta, uma tintura natural feita a partir da lama e da terra coletadas nas cicatrizes deixadas pelas chuvas nos morros de São Sebastião. Além dos estandartes, também foram produzidas faixas, lambe-lambes e outros materiais artísticos. 

A programação da intervenção consistia em uma caminhada até o pé do morro da Vila Sahy, local onde aconteceu grande parte dos deslizamentos em 2023. Depois, o ato se deslocou até a Praia da Barra do Sahy, onde aconteceram diálogos entre os presentes, com o objetivo de sensibilizar para a discussão sobre Justiça Climática e soluções locais. Mahryan Sampaio, conselheira do FunBEA e Embaixadora da juventude na ONU, esteve presente no ato e colocou que intervenções “artivistas” são um forte mecanismo para fazer o ativismo reverberar. “(…) Porque quando a gente fala só de clima, eu acredito que a gente se restringe de alguma forma só ao nosso nicho. Mas quando a gente fala de clima e cultura, clima e música, clima e religião, clima e território, a gente já atinge outras escalas. Ganhamos uma escalabilidade que é muito maior”, explica.