Assista à reportagem especial completa sobre a visita da ativista ao litoral norte paulista

Neidinha Suruí, ativista do meio ambiente e dos direitos humanos reconhecida internacionalmente por sua luta em defesa dos povos originários e comunidades tradicionais, esteve presente no litoral norte de São Paulo durante o mês de fevereiro. A fundadora da Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé, sediada em Porto Velho, voou mais de três mil quilômetros entre a Amazônia e a região do litoral norte paulista a convite do FunBEA, com o objetivo de visitar quatro comunidades tradicionais no bioma da Mata Atlântica. A intenção era que Neidinha compartilhasse a sua luta com lideranças que também defendem a preservação dos seus territórios e modos de vida. “Nós estamos conectados no planeta. Não há uma desconexão entre a Amazônia e a Mata Atlântica, o Pantanal, o Pampa, o Cerrado e a Caatinga. Não há”, enfatizou. 

O roteiro de visitas teve início no Quilombo do Sertão de Itamambuca, em Ubatuba, um território de 509 hectares reconhecido pelo INCRA em janeiro deste ano. A ativista também esteve presente no Quilombo da Caçandoca, na Terra Indígena Ywyty-Guaçu (Aldeia Renascer) e na Aldeia Guarani Mbya Rio Silveiras. As quatro comunidades foram selecionadas pela “Chamada Pública FunBEA: pela Justiça e Educação Ambiental e Climática”, que tinha o objetivo de apoiar, de maneira direta (financeira) e indireta (formadora), coletivos, movimentos e organizações socioambientais que atuam em prol da justiça climática na região. O FunBEA acredita que, ao fortalecer esses atores e territórios, estará, também, enfrentando a crise climática a partir do fomento às soluções climáticas locais (SCLs).

Segundo a Rede Comuá, a rede de fundos independentes descentralizadores de recursos da qual o FunBEA faz parte, soluções climáticas locais são “soluções criadas por e para as comunidades, com base nas especificidades dos territórios e grupos envolvidos, voltadas para o fortalecimento da ação coletiva na defesa de direitos, e incluem uma variedade de abordagens”. Essas abordagens dizem respeito a iniciativas de adaptação e mitigação, conservação e restauração, educação e sensibilização, inovação tecnológica e fortalecimento comunitário. “É preciso ter esse entendimento de que quando você apoia o fortalecimento de uma população, seja tradicional, seja periférica, você está fortalecendo a preservação de um local. E você não preserva só a cultura e a identidade, você está preservando a vida e assim lutando contra as emergências climáticas”, explica Neidinha Suruí, que também integra o conselho deliberativo do FunBEA. 

O apoio do FunBEA via Chamada Justiça e Educação Climática, fortaleceu diretamente 1200 pessoas que fazem parte das 18 organizações apoiadas. Essas organizações trabalham em 136 comunidades nas 4 cidades do Litoral Norte de SP, impactando positivamente mais de 55 mil pessoas.

 

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