Equipe do fundo esteve presente no território para ouvir lideranças e compreender as demandas locais
O FunBEA, em parceria com a FASE, uma OSC que atua em seis estados brasileiros com questões relacionadas ao desenvolvimento local, comunitário e associativo, realizou uma visita diagnóstica em três municípios do entorno de Belém do Pará, entre os dias 15 e 25 de fevereiro. Foram visitadas comunidades ribeirinhas e quilombolas das cidades de Igarapé Miri, Barcarena e Abaetetuba. Os três municípios fazem parte dos territórios de atuação do Centro TIPITI, um Centro de Cooperação e Educação Socioambiental coordenado pela FASE e que agora também conta com o apoio do FunBEA para o seu fortalecimento.
O TIPITI faz parte de um projeto do governo federal que tem a proposta de criar Centros de Cooperação e Educação Socioambiental em cinco regiões do país. Destes, quatro ainda serão criados e um, o TIPITI, fortalecido. O Centro existe desde a década de 80 e surgiu como uma iniciativa territorial com a proposta de experimentar alternativas tecnológicas para melhorar a produção local, mas também como um espaço de articulação e de mobilização das comunidades. O objetivo é que a partir dos novos apoios, o trabalho realizado pelo Centro se torne cada vez mais potente.

Ao todo, o TIPITI atua em 12 municípios do entorno de Belém, totalizando 34 movimentos e comunidades tradicionais envolvidos com a iniciativa. A secretária-executiva do FunBEA, Semíramis Biasoli, esteve presente em cinco comunidades ao lado da colaboradora Verena Figueiredo e de Graziele de Assunção, ribeirinha da Ilha do Capim e educadora popular na FASE. Para Semíramis, “vivenciar o bem-viver das comunidades quilombolas e ribeirinhas foi um suspiro frente às atuais preocupações com a emergência climática. Por outro lado, vivenciar a máquina da destruição por meio das monoculturas, fazendas de carga viva e crescente exploração mineral e da indústria, nos coloca o desafio de encontrar caminhos para equilibrar essa relação que segue desigual”.
O roteiro da visita diagnóstica contemplou a Vila Maiutá, comunidade ribeirinha da cidade de Igarapé Miri. A equipe também conheceu o Território Afro Indígena Gibrié de São Lourenço, na cidade de Barcarena, além da comunidade ribeirinha de Ilha do Capim e o Território Quilombola de Bom Remédio, em Abaetetuba. De acordo com Semíramis Biasoli, a visita teve como objetivo conhecer os territórios de atuação do Centro TIPITI para ouvir as lideranças e compreender as demandas locais. “As soluções climáticas locais estão sendo dadas pelas comunidades ribeirinhas e quilombolas e, junto da FASE, o FunBEA quer fortalecer essas comunidades, apoiar com recursos, formação e assistência técnica, visando colaborar com a geração de trabalho e renda, com a estruturação de rotas agroecológicas da sociobiodiversidade e com o turismo comunitário”, explica.


Além das visitas às comunidades, Semíramis Biasoli também aproveitou a ida à Belém do Pará para participar do Colóquios de Pesquisa do Grupo de Estudos em Educação, Cultura e Meio Ambiente (GEAM) na Universidade Federal do Pará (UFPA)

No dia 19 de fevereiro, a secretária-geral do FunBEA esteve presente na Universidade Federal do Pará com a mesa “Trajetórias do Fundo Brasileiro de Educação Ambiental (FunBEA) na difusão da Educação Ambiental para a Justiça Climática no Brasil e perspectivas para a COP30”. A mesa fazia parte da programação do Colóquios de Pesquisa do GEAM que também contou com a presença de professoras da Universidade Federal do Pará e de representantes de dois movimentos pela justiça climática: o Jandyras, uma rede de articuladoras ambientais de Belém e o Negritar, produtora audiovisual e cultural de impacto socioambiental. “Fico muito agradecida pelo convite, pela escuta e pela troca durante o evento! Foi um grande prazer realizar esse diálogo”, diz Semíramis Biasoli.
