Encontro celebrativo de Comunidade de Aprendizagem reuniu coletivos e movimentos do território

No dia 04 de dezembro, na Terra Indígena Ywyty Guaçu Aldeia Renascer, em Ubatuba, os 18 movimentos de base e as 5 lideranças comunitárias e jovens apoiadas pelos FunBEA , através da Chamada Pública 2024 “Pela Educação e Justiça Climática”, se encontraram para celebrar o encerramento da primeira fase do apoio – mentorias e capacitações para o desenvolvimento institucional e fortalecimento de movimentos e lideranças.

O encontro ocorreu como uma grande celebração entre todos os grupos participantes. Além de um delicioso almoço preparado por mulheres da aldeia, aconteceram rodas de diálogos com a troca de experiência dos processos de aprendizagens que passaram pela governança, captação de recursos, comunicação e o fortalecimento da rede de coletivos e movimentos socioambientais da região no enfrentamento da crise climática.

“Nosso objetivo com o fortalecimento desses movimentos e coletivos locais é a promoção de um desenvolvimento territorial, com sustentabilidade e justo para o Litoral Norte de São Paulo”, ressalta a secretária geral do FunBEA, Semíramis Biasoli.

A segunda fase do apoio, o repasse dos recursos financeiros, foi realizada nesse mês de dezembro de 2024, com o objetivo de financiar ações no território, destinadas às comunidades das cidades de Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela e São Sebastião.

Entre os coletivos e movimentos que estão sendo apoiados estão grupos indígenas, como povos Tupi e Guaranis Mbya do Litoral Norte de SP – Aldeia Rio Silveiras de São Sebastião, T.I Ywyty Guaçu Aldeia Renascer e Tekoa Yakã Porã Aldeia Rio Bonito de Ubatuba. Os recursos destinados aos territórios indígenas serão destinados para implementar os viveiros de mudas da Mata Atlântica, que serão usadas para o reflorestamento e para fomentar a prosperidade econômica dos territórios indígenas, além de outras atividades relacionadas à soberania alimentar e agroecologia.

Também são apoiados os coletivos afrodescendentes de Ubatuba, o Quilombo da Caçandoca e o Quilombo Sertão do Itamambuca. Ambos movimentos que lutam pela demarcação de seus territórios e o resgate das tradições e ancestralidade.

Entre movimentos tradicionais, fazem parte do grupo de apoiados, o Coletivo Caiçara de São Sebastião, Ilhabela e Caraguatatuba, que promove constantes formações sociopolíticas pela sensibilização do patrimônio histórico cultural do povo caiçara remanescente da costa litorânea de SP. Eles atuam com demarcações de terras tradicionais para fortalecer ranchos de pesca artesanal.

Ainda dentro da questão do território tradicional caiçara, o FunBEA apoia a RAPECCA – Rede de Agroecologia, Pesca e Cultura de Caraguatatuba, um coletivo constituído por moradores locais e militantes que pautam a agroecologia, demarcação de territórios tradicionais, soberania e segurança alimentar e relações econômicas solidárias; o Movimento Baía do Araçá que vem realizando um espetacular trabalho de replantio do mangue do Araçá, próximo ao Porto de São Sebastião e a Acaju, que promove processos educativos resgatando os saberes tradicionais caiçaras.

Entre os movimentos periféricos, estão os que representam moradores da costa sul de São Sebastião e vítimas da tragédia climática que ocorreu em fevereiro de 2023: União dos Atingidos, Amovila , Escola Raiz Negra de Capoeira e Escola de Capoeira Lobo Guará. Esses coletivos e movimentos têm feito a ponte entre a população mais vulnerável e a luta por direitos básicos como saneamento e habitação.
E por fim, movimentos de cultura e educação, como Rosas Negras, que trabalham com mulheres pretas de periferia, o Coletivo Reúna, que trabalha com jovens e crianças, Movimento Ilha e Escambau Cultura e Coletivo Floresta e Mar, de jovens ambientalistas.

Entre as lideranças comunitárias e jovens que fazem parte desse processo de apoio estão Brenalta MC, que vem mobilizando centenas de jovens de periferia de todo o litoral norte, através de slams de poesia e música; Sara Regina Cordeiro, moradora da vila Sahy e membro do Movimento de Atingidos por Barragens; Nego Léo, Treinel de Capoeira Angola e líder comunitário da Vila Sahy; Pajé Sérgio Damasceno, líder espiritual da Aldeia Rio Silveiras e Cosme Victor, ativista de direitos humanos e ambiental, Associação de Favelas Campanha Despejo Zero.

Confira o vídeo resumo do encontro aqui!